O trem chegou até o Porto da Cachoeira
na segunda metade do século XIX, com grande requinte e com a promessa de
intensificar a economia cafeeira na localidade e em toda a região do Vale do Paraíba.
Requinte pela beleza da sua estação e pela ponte que atravessava o Rio Paraíba.
Realidade hoje esquecida e praticamente abandonada de um patrimônio que deveria
conduzir ao uso mais apropriado da história da época e como referência cultural
melhor compreendida e utilizada nos dias atuais.
Foi durante algum tempo a última
estação do circuito paulista da Estrada de Ferro Dom Pedro II, cujo projeto era
ligar a capital do Império com a cidade de São Paulo e com as Minas Gerais,
dividido em ramais distintos. Como também foi uma das contempladas em
detrimento das demais vilas no circuito do Vale Histórico com larga produção de
café no período: São José do Barreiro, Areias e Silveiras. Somente alguns anos
mais tarde foram colocadas novas alternativas de construção de outros ramais
secundários que pudessem atingir as malogradas vilas, mas sem sucesso efetivo. O
trem e a estação do Porto da Cachoeira também foram os únicos sob a
administração da Estrada de Ferro Dom Pedro II, com termino na Estação Central,
no Campo da Aclimação, no Rio de Janeiro. Sendo que as demais vilas, como
Lorena, Guaratinguetá, até São Paulo, fizeram parte da antiga Companhia São
Paulo-Rio de Janeiro, responsável por sua construção e administração desde a
cidade de Cachoeira até São Paulo.
Assim, a estação e o trem do
Porto da Cachoeira, além da Ponte de Lavrinhas, foram os únicos a merecer retrato
na “Collecção de 44 Vistas Photographicas da Estrada de Ferro Dom Pedro 2º” publicado
no Rio de Janeiro, em 1881. Considerando atualmente o território político
administrativo do Estado de São Paulo. Porque no período, tecnicamente, o ramal
de São Paulo incluía cidades do Estado do Rio de Janeiro, entre elas Barra
Mansa e Rezende.
E talvez uma das poucas imagens
com a presença do trem ao acabar de sair da estação do Porto da Cachoeira. E
uma pena que a ponte não tenha sido preservada.
Fonte: BIBLIOTECA NACIONAL. Collecção de 44 Vistas Photographicas da
Estrada de Ferro Dom Pedro 2º. Rio de Janeiro, 1881.
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