quarta-feira, 30 de maio de 2012

1ª Semana do Café - Casa da Cultura de Lorena

No último dia 24 de maio, na Casa da Cultura de Lorena, teve lugar a mesa redonda sobre a história do café no Vale do Paraíba, que contou com a participação de cinco pesquisadores da região paulista e fluminense. O evento, elaborado e coordenado pelo Instituto de Estudos Valeparaibanos – IEV abriu a 1ª Semana do Café, de iniciativa da Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. E foi um sucesso, segundo aqueles que participaram da noite, entre eles os proprietários do comércio de café na cidade (patrocinadores da Semana), convidados da Universidade de Taubaté, representado na pessoa do Professor Mauro Castilho, responsável pelo CDPH da instituição, moradores da comunidade, funcionários da Casa da Cultura e o representante maior, o Secretário Caio de Andrade, a quem coube a ideia e a recepção dos pesquisadores da palestra.
A mesa de trabalho foi composta pelo Professor Júlio César Fidélis, vice-presidente do Instituto de Estudos Valeparaibanos e que dirigiu as apresentações da mesma; pelo Professor Marcos Cotrim, do Rio de Janeiro, membro do IEV; pela Professora Alexandra Morais, da Universidade de Taubaté, membro da mesma instituição; por Joaquim Roberto Fagundes, de Guaratinguetá-SP e também membro do IEV e pelo Professor Glauco Santos, professor da rede pública estadual e membro do IEV.
Cada qual falou de uma temática específica do período do café no Vale do Paraíba paulista e fluminense, quando transformações de caráter social, econômico e políticos trouxeram mudanças profundas no quadro histórico da região.
O professor Júlio César, o primeiro a falar, discorreu sobre o café na região fluminense, especificamente nas localidades próximas de Rezende e Itatiaia, mostrando dados que denotam outra realidade: a maior presença de pequenos e médios proprietários de terras e escravos, com relação aos grandes proprietários, os chamados “Barões do Café”. E a subida no preço do café, mesmo com a evidenciada crise do café em fins do século XIX e começo do XX.
O Professor Marcos Cotrim remeteu os presentes para a questão social do período, sobre escravos e proprietários. E Joaquim Roberto Fagundes discorreu sobre o reflexo do café nos documentos da época, mostrando as informações passíveis de utilização por historiadores e pesquisadores para escrever a história da região.
Os professores Glauco Santos e Alessandra Morais evidenciaram analogamente a questão da elite cafeeira na região, sob a égide dos titulares do império, barões, viscondes e conde. O primeiro falou sobre as visitas do Imperador ao Vale do Paraíba, principalmente nas cidades de Lorena, Guaratinguetá e Lorena, relacionando-os com a questão da hegemonia do império nas mãos dos grandes cafeicultores da região. E a posterior falta de apoio da mesma elite ao regime monárquico. E, por último, Alessandra Morais, falando a respeito dos barões do café da região de Taubaté, via jornais e outros documentos. Entre eles, os Viscondes de Tremembé e Mossoró.
E com um assunto puxando o outro, houve consonância e harmonia entre os temas, que agradou o público presente, fazendo com que o Secretário da Cultura e o presidente do IEV, Francisco Sodero Toledo, anunciassem para o próximo mês de agosto, durante os festejos de aniversário da cidade, outra rodada histórica do mesmo porte.
Foto: Benedito Matheus - Taubaté.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aos Historiadores, Pesquisadores e Professores

O Vale do Paraíba precisa escrever e reescrever sua história. Sua importância transcende o local, marcando a História do Brasil. Nunca antes tivemos tantos profissionais a serviço da região. Em todas as áreas das ...ciências humanas é preciso investir na pesquisa de base, fortalecendo, com isso, a educação, a família e a comunidade.
A região possui qualificativos para tornar-se paradigma na pesquisa histórica, patrimonial e museológica. Temos acervos maravilhosos, cultura material e imaterial, gente competente, instituições de ponta. Agora é o momento para elevar o Vale do Paraíba ao patamar que merece. Temos que mostrar para que viemos. Não vamos perder o bonde da história. Escrevendo sua história, estaremos valorizando todo o patrimônio da região. Contamos com todos você.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Simpósio de História do Vale do Paraíba

O IEV, Instituto de Estudos Valeparaibanos, organiza há 40 anos o Simpósio de História do Vale do Paraíba congregando as regiões do vale paulista, do vale fluminense e das alterosas mineiras nos limites com a bacia do Paraíba do Sul.

Neste ano de 2012 o Simpósio acontecerá nos dias 08 a 11 de Agosto na Faculdade Canção Nova em Cachoeira Paulista. O tema a ser tratado será: "Vale do Paraíba: A memória do trem".

Cachoeira Paulista conta com patrimônio de valor inestimável relacionado com o transporte ferroviário: trata-se de estação, abandonada em estado precário, que serviu de baldeação em fins do Século XIX início do Século XX de pessoas e de mercadorias que percorriam a Estrada de Ferro D. Pedro II, vinda do Rio de Janeiro, e da Estrada de Ferro do Norte, que saía de São Paulo.

O XXVI Simpósio de História do Vale do Paraíba será oportunidade para apresentação de trabalhos acadêmicos com as mais variadas modalidades realizados por alunos de graduação e de pós-graduação, por pesquisadores que se interessam pela preservação da memória ferroviária e também para a defesa deste meio de transporte indispensável para o desenvolvimento do Brasil.
Prof. Dr. Henrique Alckmin Prudente
Presidente do XXVI Simpósio de História do Vale do Paraíba

domingo, 13 de maio de 2012

Museu H.P. Rodrigues Alves – Reabertura Urgente

Para mais de dois anos o Museu Histórico e Pedagógico Conselheiro Rodrigues Alves, localizado na cidade paulista de Guaratinguetá, está fechado para o público por inércia dos governos estadual e municipal. Um impasse devido a interesses políticos absurdos, que prejudica um patrimônio público de grande interesse para a região do Vale do Paraíba, para o Estado de São Paulo e para o Brasil.

Atualmente o prédio encontra-se restaurado na sua maior parte, com museografia impecável e um plano museológico elaborado e interessante. Mas corre o risco de deteriorar em seus aspectos mais importantes, principalmente o acervo, que é composto de mobiliário, iconografia, documentos pessoais e biblioteca particular do Conselheiro Rodrigues Alves.

Enquanto outros museus do Estado foram municipalizados com sucesso, funcionando a toda carga, em Guaratinguetá o Museu do Conselheiro e Presidente da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves (1848-1919), está inerte, sem atividades, visitação e perdendo de colocar em prática, juntamente com a comunidade, um plano de ação educativa eficiente e modelar para a região. Não tem funcionários, uma administração adequada e corre o risco de perder muita coisa.
Urge fazer algo a respeito e denunciar flagrante descaso das autoridades públicas perante a memória, o patrimônio e a educação do país. É preciso deflagrar uma campanha para sua municipalização ou sua continuidade no Governo do Estado.

E uma solução, entre outras, seria o Instituto de Estudos Valeparaibanos – IEV, instituição regional fundada em 1973, encampar a ideia e vir a ser uma OS (Organização Social de Cultura), concorrendo junto ao Governo do Estado para ter contrato de administração e gerência do local. O que não seria tão difícil e temeroso, já que a proposta têm se mostrado eficaz na administração dos equipamentos culturais do Estado, a exemplo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Sacra, o Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuire, com sede em Tupã, e alguns outros espelhados pela cidade e Estado de São Paulo.

Não existe tempo para salvar aquele rico patrimônio e, portanto, pede-se que todas as entidades regionais e estaduais se solidarizem com a situação e pressione para a conclusão desse processo absurdo de fechamento por falta de interesse.