A
abertura do Caminho Novo, do Vale do Paraíba para o Rio de Janeiro, durante o
século XVIII, foi fundamental para criar novas oportunidades econômicas para a
população de diversas vilas da região e contribuiu para a migração de um grande
número de indivíduos vindos das Minas Gerais. Especialmente saída de
Guaratinguetá, Lorena e outras vilas da região. Proporcionando, desse modo, a
possibilidade de exploração e povoamento de uma nova zona de fronteira agrícola
aberta no atual território do Vale Histórico (Bananal, Areias, etc.), em
direção a São João Marcos, litoral fluminense (Angra dos Reis e Mambucaba), Fazenda
de Santa Cruz, e finalmente a sede da Colônia. Facilitando, com isso, a
concretização de fatores preponderantes para o desenvolvimento da região, logo
após a queda da mineração: a ocupação e proveito de imensas áreas devolutas; o
escoamento terrestre da produção agropecuária para o comércio carioca, sem a
necessidade de percorrer o exaustivo roteiro por Parati; a possibilidade de
enriquecimento de pequenos agricultores e comerciantes; o efetivo combate ao contrabando
de ouro das Minas Gerais; e o aparecimento de novos núcleos urbanos, onde
prosperou a plantation do açúcar, do
café e dos produtos de subsistência e de origem animal, no século que se
seguiria.
A
construção do caminho, seguindo pelo rumo da rota das boiadas, teve inicio
ainda na primeira metade do século XVIII com as primeiras investidas de
Domingos Antunes Fialho e de outros moradores das vilas de Guaratinguetá e
Lorena. Tendo somente sido concretizado depois de 1760, quando o Capitão mor de
Guaratinguetá Manuel da Silva Reis assumiu a empresa, terminando-o na década de
1770, quando por ordem real recebeu poderes para distribuir terras em grandes
sesmarias aos solicitantes, que teriam condições de desbravar, cuidar e
cultivar o sertão inculto á margem da serra da Bocaína.
Nesse
período, muitos mineiros desceram a serra em direção ao Vale do Paraíba em
busca de novas oportunidades, devido ao desgaste das terras auríferas, ao alto
preço da derrama, e ao episódio da Inconfidência Mineira. Estabelecendo
residência na região do Vale do Paraíba Paulista e fluminense. Como foi o caso
do Alferes João Ferreira Guimarães, português nascido (1750) na Freguesia de
São Martinho de Silvory, termo da Vila de Guimarães, Arcebispado de Braga.
Após
ter imigrado para o Brasil, juntamente com os pais (Thomé Álvares Pinto e de
Catarina Ferreira), estabeleceu residência nas Minas Gerais, na região aurífera
de Aiuruoca, entre as décadas de 1770-1780. E nessa localidade casou com Isabel
Maria de Souza[i].
E depois de ter residido em Rezende[ii], por
breve período de tempo, transferiu moradia para a região do Caminho Novo, onde
criou laços familiares sólidos, deixando história e numerosa descendência. Levantando engenho e fazenda que deram origem
a algumas das principais fazendas de café, notadamente a Fazenda Pau D’Alho.
Ficando conhecido como o “Velho da Serra” [iii].
Nessa localidade
solicitou doação ao governador da Capitania de São Paulo, Capitão-General
Bernardo José de Lorena, de uma sesmaria, próxima das terras onde futuramente
seria elevada a futura vila de São José do Barreiro, termo da Vila de Lorena,
onde já possuía outras terras e fixou residência. Recebeu-a em 07/10/1796, em
parceria com Antônio da Silva de Siqueira e David do Prado Machado, na rota da
Estrada Geral, na paragem denominada Barreiro (ou Ribeirão do Barreiro), com
“...
novecentas braças de terras de testada na
estrada, que vai para o Rio de Janeiro e huma légua de certão meya para cada
lado do dito Caminho, partindo de hum lado da parte de leste em terras do
Guarda mor Pedro da Cunha, e da parte do Este com terras do mesmo Suplicante...”
[iv].
que ficou anexa[v] as
outras contíguas de sua posse, adquiridas por compra que fez da sesmaria de
Antônio João de Araújo (recebida em 12/08/1785 e revalidada pelo Alferes)[vi] e
de Antônio da Silva de Siqueira e sua mulher, Maria Moreira, em 04/09/1792[vii].
Assim descrita no documento de compra:
“... Hum citio e terras na Estrada do Caminho
Novo na paragem chamada o Ribeiram do Barreiro, termo dito da villa de Lorena:
cujo citio consta de huas cazas de vivenda com três lansos cubertas de Telhas e
parede de mam com seis portas, e três jannelas; e assim mais hum lanso de casa
cuberta de telha, que serve de cuzinha; e assim mais dois lansos de caza também
cuberta de telha, que serve de payol: com hum Monjollo, e arvoredos de
Espinhos, e assim mais quatro lansos de caza cuberta de telhas, que serve de
Ranxo de passageiros: e tudo se haxa cituado em hua sorte de terras, que tem de
Testada nove centas Brassas medidas pela Estrada; ou o que se achar emtre o
marco que divide as terras do dito comprador Joam Ferreira Guimaraes, e o marco
que divide as terras do Guarda mor Pedro da Cunha, com cujos partem as ditas
Terras: e com mea Legoa de Sertam para cada lado da Estrada servindo a mesma de
Piam; cujas terras disseram elles vendedores que as ouveram por lhes haver dada
em nome de Sua Magestade o Capitem Mor Regente do destrito Manuel da Silva
Reis, de que lhes passou hua sédulla, ou consesam, em virtude da qual elles
ditos vendedores as tem Logrado, possuído, e cultivado com posse pessoal, e
atual, há bastante annos, sem contradissam de pessoa algua cujo citio, e terras
asima declarados, disseram elles outorgantes vendedores, que vendiam, como com
effeito vendidos tinham de hoje para todo o sempre a Joam Ferreira Guimaraes,
por presso e quantia de quatro centos e sincoenta mil reis em dinheiro, moeda
corrente deste Reino, que confessaram elles vendedores haverem recebido do que
dou fé...
Com
isso, desenvolveu, nas terras adquiridas e anexadas, o engenho de açúcar, a
fazenda de criar e rancho de tropas e, posteriormente a fazenda de café, no
decorrer do século XIX. Propriedades que permaneceriam na família até meados do
século seguinte, conhecidas como Fazenda Pau D’Alho (segunda metade do século
XIX) Barreiro e Engenho do Barreiro (primeira metade do mesmo século).
Desmembradas por partilha a partir da década de 1810 entre os inúmeros
herdeiros deixados[viii].
Ficando, porém, em situação pro-indiviso[ix],
em comum com todos os titulares, segundo afirmação extraída do inventário da
herdeira Anacleta Ferreira de Souza, esposa do Capitão Fortunato Pereira Leite,
em 1835[x].
Mas plenamente reconhecida em termos de extensão por cada qual, no Registro dos
Bens Rústicos[xi].
Por
ocasião da declaração desses bens imóveis, exigida pelo governo do Reino Unido
de Portugal e Algarves (1817), a Fazenda Pau D’Alho[xii]
(905x4500)[xiii]
e Barreiro (810x750) estavam na posse do Capitão João Ferreira de Souza; e o
Engenho do Barreiro como propriedade da viúva, Isabel Maria de Souza
(3242x3000); e a Fazenda Carrapato, sob os cuidados do Capitão Francisco Alves
da Cunha Carvalho (2116x3000) [xiv].
Em
1819, pelo inventário de Maria Isabel de Souza, tem-se certo perfil da
estrutura de uma dessas propriedades, o Engenho do Barreiro, enquanto uma
unidade de produção e comercialização mista no período açucareiro e
pré-cafeeiro. Comandada por uma mulher por cerca de quinze anos.
No rol
dos bens fica claro duas frentes de plantio característica da época, sem
mencionar, porém, o volume de produção de ambas. Aparecem alguns quartéis de
cana, avaliados em 80$000; e alguns de café, em 84$000; e 50 alqueires[xv]
de café para socar (80$000). O que denota período ainda de pouco fausto, em que
o resultado financeiro parece ainda pífio. Cuja orientação direcionava-se para
uma vida de subsistência, numa unidade autossuficiente. Mas que não deixou de
proporcionar uma vida doméstica com certo conforto. Apesar de, em 1817, a viúva
aparecer recenseada, com 62 anos, em São José do Barreiro-SP, apenas designada
como agricultora, com 16 escravos ao seu serviço, com uma cultura de
subsistência[xvi].
O
monte mor foi orçado em 14:830$995, grande parte no valor das terras, avaliadas
no total de 9:115$200 (61,5%), seguido do valor de 2:414$000, referente ao
plantel de escravos (16,3%), e as benfeitorias, somadas em 1:194$000 (8%).
Assim como as casas e os móveis em 1:562$850 (10,5%). As dívidas ativas[xvii]
foram poucas, no total irrisório de 562$945 (3,7%). E as passivas em 2:198$249[xviii]
(14,8% relativo ao monte mor), ao herdeiro Capitão João Ferreira de Souza, e ao
co-herdeiro[xix]
Capitão Joaquim Lopes Guimarães, e despesas com o Padre Manuel Antônio e com o
funeral. Sendo que para o herdeiro Capitão João Ferreira de Souza existia
pendente “que toca de sua braça por parte
Materna...” [xx],
distribuída entre dívidas de outros herdeiros ao monte do inventário, meio
dote, escravo, terras, e trastes agrícolas[xxi].
Neste
sentido, os bens rurais representavam o grosso dos bens, notadamente as terras,
escravos e as benfeitorias que davam o sentido de sobrevivência da família e certo
luxo que começava a despontar naquele inicio de século, principalmente com
produtos importados da Europa.
No
quesito bens de raiz[xxii],
vê-se como estava constituída a parte física da sede, dividida entre casas de
morada, a casa do paiol, cozinha, casa no terreiro, paiol, monjolo, galinheiro,
senzalas, engenho com seus pertences de madeira. Como assim também casa casas
de moradas na vila, na rua direita, com portas e janelas, na vila de São José
do Barreiro, e mais dois lanços de casas cobertas de telha com porta e janelas,
na vila de Rezende[xxiii].
De uso
pessoal corporal, peças de ouro, representado por caixilhos e cordões com
crucifixo. De uso doméstico, de prata, cobre e ferro, utilizados na cozinha:
colheres para chá e tirar açúcar; facas com cabo de osso, chocolateira[xxiv],
tachos, caldeirões, bacias, almofariz[xxv],
bandeja, candeias, escumadeira[xxvi],
jarros, copos de vidro em tártaro e com mercúrio, pratos de louças (33),
xícaras e pires, canecas, bule, tigelas de louça, açucareiro, leiteira, frascos
e panelas. Nos quartos foram vistos e avaliados: catres, tamboretes, cadeiras
de diversas formas e utilidades, mesas, bancos, estrado, toalhas de paninho
bordadas de linho, guardanapos e mancebo. E no serviço de quarto: lençóis e
fronhas de bertanha[xxvii],
colchas forradas de elefante, colchas de lã de Minas, colchas de algodão de São
Paulo, colchas de baetão[xxviii]
e retalhos, etc.
A
indumentária consistia em vários tipos roupas feitos de diversos tecidos,
mantas, chapéus, camisas de morim da Irlanda, saias de linho e de Bertanha,
chinelas, etc. Além de aparato para corte e costura. E vários tipos de móveis,
incluindo um oratório com todas as suas alfaias.
Para
os serviços profissionais, diversos instrumentos agrícolas e para oficina de
carpintaria e para uso do engenho. E para a realização desses dezesseis
escravos, com idades variando entre sete e trinta anos. Bem como animais para
uso interno do engenho e fazenda.
Com
todas essas informações, embora precárias, infere-se que em momentos
específicos a situação sócio-econômica de João Ferreira e de sua família é bem
clara.
Com a
sua chegada aos arredores da futura São José do Barreiro, a pujança não parece
ter sido uma constante, mesmo em se tratando da sede da fazenda ainda ser
construída por técnica antiga e simples, em estilo despojado de luxo. Muito
mais ao estilo da vida prática e dura daqueles tempos, visando a
operacionalização do usufruto da terra.
Em
pouco mais de dez anos de assentamento em Barreiro, João Ferreira apenas
trabalha na montagem e investimento da sua agricultura, voltada necessariamente
para o sustento da família, investindo no excedente da produção, vendendo-o
para o Rio de Janeiro. Período que pode ser caracterizado como campesinato, de
situação quase inferior dentro dos quadros da sociedade, na labuta diária para
ascender econômica e socialmente. E ocupar posição de certo destaque, em
preparo ao futuro dos filhos, que serão aqueles que realmente desfrutarão do
sucesso da cultura cafeeira mediante as heranças paternas e maternas. Totalmente
estruturadas em termos físicos (sem os gastos com a aparelhagem de uma unidade
de produção) e em prestígio social.
A
partilha dos bens, nesse caso, e como acontecia na maioria da economia
brasileira, foi fundamental para deixar os filhos com quinhões satisfatórios de
terras propícias para o cultivo da rubiácea. As sesmarias recebidas e as demais
anexações de terra por compra, já partilhas, foram transformadas em unidades
potencializadas, com sedes portentosas, com desfrute de luxo, pela riqueza e pelo
status social substancial.
No
momento de sua morte suas benfeitorias produziam açúcar, aguardente e era
fazenda de criar, estando em pleno funcionamento naquele inicio do século XIX. Proporcionando
estabilidade e conforto. O que possibilitou ingressar politicamente na
comunidade que ajudou a fundar, ocupando o posto de Alferes das Ordenanças[xxix]
da vila de Areias. Embora fosse cargo inferior ao de capitão.
Uma
segunda situação, pós-morte do titular, é quando a viúva e os filhos assumem a
gerência das unidades, coincidindo com o período de transição da cana para o
café. É o momento em que todos, sob o regime da mão de obra escrava e dos
filhos, trabalham para manter o nível de sustentação econômica e social, tendo
cada herdeiro auxiliado a viúva na direção dos negócios, mesmo que alguns deles
já estivessem independentes e casados. Cada qual construindo o seu próprio
viver.
Por
esse tempo, a Fazenda Pau D’Alho passava das mãos do alferes para um dos filhos
mais velhos, o Coronel João Ferreira de Souza, que pelo entender dos documentos
foi o responsável pela montagem definitiva de sua sede, aparelhando-a com maior
número de senzalas, dando-lhe a feição similar de feudo autossuficiente. Como se
percebe, em 1858, no inventário do mesmo coronel, cujos dados constantes
denotam uma fazenda de natureza mista, de plantação de café (212 mil pés),
criação de animais (carneiros, porcos, etc.) e de serviço de tropas (30 bois de
carros e 115 bestas, sendo alguns arreados). Em que o monte mor[xxx]
alcançou a cifra de 768:807$530. Sendo a maior parte no valor dos escravos
(58,7%), constante de 302 almas. E o restante nas dividas ativas (20,4%); terras
(9,1%); casas urbanas e rurais (4,3%); cafezais (4,8%); animais de criação e de
tropa (2%); ouro e prata (0,3%); móveis (0,1%); cobre e ferro (0,09%)[xxxi].
O
Alferes João Ferreira Guimarães faleceu por 1803, em São José do Barreiro,
então freguesia de Areias, na Capitania de São Paulo, com testamento[xxxii].
Nomeou como seus testamenteiros, em primeiro lugar a sua esposa, Isabel Maria
de Souza; em segundo lugar ao filho João Ferreira de Souza; e em terceiro a
outro filho, Francisco Ferreira. Expondo, entre tantas disposições: prazo de
quatro anos para que se apliquem todas as determinações testamentárias; que o
seu corpo fosse envolto no Hábito de São Francisco (da qual era irmão); que seu
corpo fosse acompanhado pelo reverendo sacerdote da vila, por todos outros
sacerdotes presentes; que se dissessem duas missas de corpo presente e que o
seu corpo fosse sepultado na matriz da vila.
Deixando
os seguintes filhos: Capitão João
Ferreira de Souza; Alferes
Francisco Ferreira de Souza; Mariana
Ferreira de Souza; Isabel Maria de Souza; Tereza Maria do Nascimento; Ana
Joaquina Ferreira de Souza; Margarida Ferreira de Souza; Catarina Ferreira de
Souza; Inês de Santa Leocádia; Anacleta Joaquina Ferreira; José Ferreira de
Souza; e Maria Ferreira de Souza.
[i] Batizada por
1755, na antiga freguesia dos Prados, filha de João de Sousa Freitas e de Maria
Emerenciana de Santana. e f. com testamento em 25/03/1819, na mesma localidade
de Areias.
[ii]
Segundo
Itamar Bopp, o Alferes Guimarães saiu das Minas Gerais devido a implicações na
revolta mineira, juntamente com outras tantas famílias mineiras que se
estabeleceram nessa região nesse período. Arquivo Itamar Bopp – Acervo
digitalizado.
[iii] Não foi possível
descobrir a origem e o porquê do apelido. Tais designações foram comuns e
estavam ligados a fatos dos mais curiosos. Desde o local de moradia ou as
características pessoais do portador, entre tantos motivos.
[iv] ARQUIVO PÚBLICO
DO ESTADO DE SÃO PAULO. Repertório de Sesmarias, p. 229.
[v] Anexação de
terras significava adquirir propriedades de vizinhos limítrofes, fosse por
compra, troca ou em pagamento de dividas, de parentes ou não. Com o objetivo de
expandir o empreendimento agrário ou aumentar o status social.
[vi] MOURA, Carlos
Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que os
inventários revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da
Cultura, 2014. p. 294. “... Francisco da
Cunha Menezes, do Concelho de Sua Magestade Fidelissima-Governador e Capitão
General da Capitania de São Paulo, etc. Faço saber aos que esta minha carta de
Sesmaria virem que attendendo a me representar Antonio João de Araujo morador
no termo da Villa de Goaratinguita que fazendo o Capitão Mor da mesma Vila
Manoel da Silva Reis, repartição das terras devolutas, no caminho novo que
abrio para a Cidade do Rio de /01/, por ordem que para isso teve o meu
anteceçor, deo a elle Suplicante huma sorte na paragem chamada o Barreiro, que
comprehende huma legoa de testada, correndo pelas voltas do dito caminho de
Leste ao este, em hum legoa de Certão a saber meia legoa do caminho para
baicho, e outra meia legoa para sima, em rumo de Norte a Sul no dito Certão,
partindo as ditas terras da parte do Rio de /01/ com as de Antonio da Silva, e
da parte da referida Villa de Goaratinguita com Bento Francisco Teixeira...”.
[vii] MOURA, Carlos
Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que os
inventários revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da
Cultura, 2014. p. 294.
[viii] Apesar dos
nossos esforços, não foi possível encontrar o inventário de João Ferreira
Guimarães.
[ix]
Essa
situação foi muito comum no período colonial e no Império, com o objetivo de
evitar, entre tantas outros, as brigas judiciais e posses irregulares.
Correspondia a situação do imóvel não medido e repartido judicialmente, sendo
uma convenção respeitada, na maioria das vezes, pelos herdeiros.
[x]
MOURA,
Carlos Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que
os inventários revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria
da Cultura, 2014. p. 299.
[xi]
Arquivo
Público do Estado de São Paulo. Tombamento dos Bens Rústicos, 1817. Nessas
declarações, muito simplificadas, o responsável, em cada vila, pela
escrituração, registrava o nome do proprietário, o nome da situação rural, sua
extensão em braças de testada e fundos, se estavam cultivadas e por quem, o
número de escravos, e a residência do proprietário. Diferentemente de algumas
localidades, como exemplo as vilas de Cunha e São Luiz do Paraitinga, em que aparecem
também os limites e as confrontações. O seu significado indicava bens imóveis
rurais, incluindo terras e mais benfeitorias a ele pertencentes, cuja
preocupação foi o controle sobre a existência de terras devolutas e do seu real
aproveitamento.
[xii] Não foi possível
definir em quais das sesmarias assentou-se a sede da fazenda Pau D’Alho, pela
falta de documentos e por ser confusa o computo de braças de terras dos
herdeiros declarados no Tombamento dos Bens Rústicos.
[xiii] Lê-se 905 braças
de testada por 4500 de fundo, cada uma correspondente a 2,2 metros.
[xiv] Arquivo Público
do Estado de São Paulo. Tombamento dos Bens Rústicos, 1817.
[xv] Medida
equivalente a cerca de oito sacas de café. SILVA, Antônio de Moraes e.
Diccionario da Lingua Portugueza. 4 ed., Lisboa, Imprensa Régia, 1831. Volume
1. Embora não saibamos o peso da saca.
[xvi] Arquivo Público
do Estado de São Paulo. Maços de População de Areias – 1817 - fógo 274. Acervo
Digital.
[xvii] Dividas de
outros para com o inventariado.
[xviii]
Dividas do
inventariado para os outros.
[xix] Herdeiro
indireto, netos ou esposos(as) dos herdeiros.
[xx] ARQUIVO PÚBLICO
DO ESTADO DE SÃO PAULO. Repertório de Sesmarias, p. 229.
[xxi] MOURA, Carlos
Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que os inventários
revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da Cultura,
2014. p. 294.
[xxii] Bens de raiz
referiam-se a terras, casas rurais e algumas vezes as benfeitorias.
[xxiii] MOURA, Carlos
Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que os
inventários revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da
Cultura, 2014. p. 293.
[xxiv] Vaso de folha de
cobre, ou de lata, que serve para fazer o chocolate. SILVA, Antônio de Moraes
e. Diccionario da Lingua Portugueza. 4 ed., Lisboa, Imprensa Régia, 1831.
Volume 1.
[xxv]
Pilão de
metal. SILVA, Antônio de Moraes e. Diccionario da Lingua Portugueza. 4 ed.,
Lisboa, Imprensa Régia, 1831. Volume 1.
[xxvi]
Colher de
metal, quase chata, cheia de buracos para limpar a calda de açúcar e outros
líquidos de cozinha. SILVA, Antônio de Moraes e. Diccionario da Lingua
Portugueza. 4 ed., Lisboa, Imprensa Régia, 1831. Volume 1.
[xxvii]
Lençaria de
linho fina, que se traria da Bretanha (França). SILVA, Antônio de Moraes e.
Diccionario da Lingua Portugueza. 4 ed., Lisboa, Imprensa Régia, 1831. Volume 1.
Na linguagem coloquial, ou mesmo formal, falava-se Bretanha.
[xxviii] Tecido grosso,
felpado. SILVA, Antônio de Moraes e. Diccionario da Lingua Portugueza. 4 ed.,
Lisboa, Imprensa Régia, 1831. Volume 1.
[xxix] Corpo militar
constituído de soldados milicianos que durante o período colonial teve diversas
funções, de cunho militar e administrativo.
[xxx]
Cifra
correspondente ao valor do total dos bens avaliados.
[xxxi]
MOURA,
Carlos Eugênio Marcondes de (org.) Fazendas de Café do Vale do Paraíba – o que
os inventários revelam (1817-1915). Governo do Estado de São Paulo/Secretaria
da Cultura, 2014. p. 302 a 304.
[xxxii] Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Contas de Testamento. Juízo do Resíduo- (BR_APESP_JR_CO05499_DO13).
Matéria muito bem escrita e detalhada sobre o início da história da Fazenda Pau D'Alho e seus sucessores. Em 1950 o IPHAN entrou com pedido de tombamento onde preservou todo o local e seus pertences, até por volta de 2009 onde indivíduos saquearam o local levando as ferramentas agrícolas, carpintaria e alguns móveis da casa principal. Até hoje a Policia Federal não achou os responsáveis.
ResponderExcluirA fazenda Pau d'alho tem arquitetura estranha em comparação às demais fazendas de café. É fortificada. Qual será o motivo?
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